Cidades Inteligentes no Brasil, como pensar esse conceito na realidade brasileira? Confira neste artigo ações que estão sendo elaboradas neste contexto. *Por Ana Carolina Pereira

O termo Cidades Inteligentes vem sendo muito utilizado, relatando regiões hiperconectadas e tecnologias voltadas a qualidade de vida das pessoas no cenário urbano. Porém, temos que ter um ponto de atenção nessa questão, principalmente quando falamos do Brasil. Uma vez que, o conceito de Cidade Inteligente irá variar conforme a demanda de cada espaço.

Muito se fala dos modelos encontrados nas cidades de países desenvolvidos. Grandes metrópoles regradas com tecnologias e investimento, fazendo acontecer grandes soluções para sua população e melhorando tecnologias existentes. Mas será que seria o mesmo para o Brasil? Um país que se encontra em desenvolvimento?

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Cidades Inteligentes no Brasil: uma perspectiva analítica

Países em desenvolvimento podem e devem se preocupar em aprimorar os serviços de suas cidades, para trazer mais qualidade de vida aos cidadãos, mas também devem se preocupar em oferecer com eficiência as necessidades mais simples como: moradia adequada, saneamento básico, meios de transporte adequados, acessibilidade a estudos e mercado de trabalho.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), divulgada em julho desse ano pelo IBGE, o abastecimento de água atinge 99,6% dos municípios brasileiros, mas apenas 60,3% possuem esgotamento sanitário. O que podemos dizer que foi uma grande melhora comparado a anos anteriores, mas que ainda está longe do ideal.

Serviços básicos e comuns a todo cidadão que infelizmente não se tornam acessíveis a muitos. Esse panorama de serviços incompletos se estendem a outros setores como o da educação e saúde, que pudemos presenciar o aumento em 10x dos problemas que já existiam, nesse período que vivemos da pandemia do novo coronavírus.

Soluções para Cidades Inteligentes Brasileiras

Tendo esse panorama um pouco complexo do país, temos o desenvolvimento da Carta Brasileira para Cidades Inteligentes, criada pelo Governo Federal, a fim de definir melhor o termo Cidades Inteligentes no contexto brasileiro e ser a base  de diretivas para a criação de políticas públicas, a implementação e o financiamento de projetos de cidades inteligentes pelos municípios, além de alimentar a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano.

A carta vem sendo elaborada pelos ministérios do Desenvolvimento Regional (MDR), das Comunicações (MC) e da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com apoio da Agência Alemã de Cooperação (GIZ) e de representantes da sociedade civil. Na quinta e sexta-feira passada (27 e 28), o MDR promoveu em um ambiente virtual a terceira oficina de trabalho sobre o documento, com o objetivo de debater as últimas impressões sobre o documento e criar a visão futura da Carta e da comunidade que foi responsável pela sua elaboração. A Carta Brasileira para Cidades Inteligentes será disponibilizada esse mês (setembro/2020) para consulta Pública, onde qualquer cidadão poderá participar. As informações dessa consulta serão disponibilizadas futuramente no portal do MDR.

Vemos assim uma iniciativa interessante nascer, e que irá beneficiar instituições públicas e privadas, em busca de tornar nossos municípios melhores para os cidadãos. Mas não esqueçamos dos serviços básicos necessários que ainda possuem muita tribulação e de que precisamos de gestores abertos e empenhados nas mudanças.

Quer tornar sua cidade mais inteligente?

O Programa Cidades Saudáveis da Hubse, é uma iniciativa voltada para criar uma Plataforma de Integração de todos os dados da saúde pública da cidade. Essa iniciativa, além de trazer informações colaborativas (proporcionando corresponsabilidade e engajamento da população de toda a região com o problema), converge os dados da infraestrutura dos serviços de saúde dos municípios para um só centro de controle e as informações sobre a Pandemia de COVID-19 coletadas em cada uma das cidades associadas.

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