Uma Cidade Inteligente está preparada para lidar com os desafios cotidianos de forma estratégica, e não apenas nos momentos de crise. *Por Júlio Ribeiro
Uma cidade não pode responsabilizar os fenômenos naturais sazonais por seus problemas. Essa é uma responsabilidade estrutural, histórica e complexa.
Desse modo, já não é mais surpresa que o volume de chuvas e enchentes tem aumentado, e que os deslizamentos são mais frequentes. Não sendo possível mudar os aspectos naturais, como o ciclo da chuva, as formas do relevo e a presença dos rios, é necessário compreender os verdadeiros problemas dessa questão.
Afinal, o que pode ser mudado em uma cidade?
Cidade Inteligente é aquela que soluciona crises de forma estratégica
Gestores públicos, responsáveis técnicos de áreas relacionadas e a população devem refletir sobre esse problema. Tendo em vista que grande parte dos problemas urbanos ligados a inundações e enchentes ocorrem quando os padrões de ocupações e planejamento urbano não respeitam as características naturais do espaço geográfico.
Além disso, temos muitas bases de dados e informações. Porém, não nos falta embasamento para compreender os fenômenos e descrever os processos. É um erro, portanto, não dirigir os esforços para a resolução estrutural do problema.
A resiliência de uma cidade
A incapacidade de lidar com um fenômeno sazonal, recorrente, revela a fragilidade de uma cidade e sua comunidade. Tal incapacidade reflete a falta de resiliência – o que pode levar a estados de crise e calamidade constantes. Aliás, não é o que temos observado em muitas cidades brasileiras? Tragédias, calamidades, epidemias, sensação crescente de insegurança…
Umas das principais características de uma cidade inteligente é que ela seja resiliente. Uma cidade resiliente é capaz de aguentar eventos severos e de suportar as crises com mínimas perdas.
No dicionário, resiliência, significa: “propriedade que algumas estruturas apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação”.
Portanto, quando falamos de chuvas, por exemplo, a capacidade de aguentar as consequências de um evento muito acima da média histórica e, posteriormente, voltar ao estado normal de fluxos da cidade com mínimas perdas é uma característica da resiliência.
O que fazer para tornar uma cidade inteligente e resiliente?
É óbvio que para que uma cidade seja inteligente e resiliente a fenômenos naturais extremos, a solução não será de curto prazo e com pouco investimento.
Sabendo disso, é necessário ocupar melhor as áreas urbanas e fazer isso de maneira sustentável, sempre atenta ao tripé: ambientalmente correto, socialmente justo e financeiramente viável.
A resiliência de uma cidade pensa de forma estratégica, preditiva e preventiva. As soluções para uma Belo Horizonte, ou qualquer outra cidade brasileira que sofra com enchentes, não será de poucos meses, com obras de maquiagem. É preciso pensar no longo prazo.
Afinal, qual cidade queremos para 2030 ou 2050?
A solução passa por muitos estudos, muitas obras de alta qualidade e complexidade. Passa também por uma reestruturação do plano diretor, para que este seja efetivo e inovador. Além disso, será necessário fazer uma revisão da política histórica de transformar rios em avenidas sanitárias, uma busca por padrões de construção mais adequados, respeitando as lições que a natureza nos dá. Será preciso, é claro, fazer tudo isso com foco nas pessoas, nos cidadãos, lembrando de referenciais teóricos importantes que já temos, como os objetivos do desenvolvimento sustentável, da ONU, com um lema que nunca fez tanto sentido como agora: “Avançar, sem deixar ninguém para trás”.
Você quer tornar a sua cidade mais inteligente?
Como dito anteriormente, uma cidade inteligente e resiliente se constrói a partir da colaboração de todos e com medidas ao longo prazo. A Hubse oferece soluções para as cidades se tornarem mais inteligentes, conectando pessoas, processos e tecnologias.
O Programa Cidades Saudáveis da Hubse atua na integração de todos os dados da saúde pública, garantindo uma melhor compreensão ao gestor público e aos cidadãos dos problemas enfrentados pela cidade. Essa iniciativa conta com uma plataforma pública e dinâmica que converge os dados da infraestrutura dos serviços de saúde dos municípios para um só centro de controle.
Sugestão de leitura: Programa Cidades Saudáveis e Integradas monitora dados do Coronavírus na região
A integração dos mais diversos dados disponíveis permite um maior alcance do entendimento, por parte do gestor, sobre a saúde da cidade, sobretudo em momentos de crise, como Pandemia de COVID-19.
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