Falta transparência pública. Especialistas concluem que 70% das informações sobre a vacinação deveriam estar acessíveis à população. *Por Thaís Perez

Os estudos conduzidos por especialistas de organizações nacionais e internacionais apontam que as informações divulgadas sobre a vacinação contra a COVID-19 estão, em sua maioria, “incompletas, indisponíveis ou inconsistentes“.

Ao acessar sites oficiais do governo, os pesquisadores analisaram 30 informações que deveriam ser acessíveis à população, as agrupando em sete categorias, como o plano de vacinação, o painel de análise das vacinas da Anvisa, os painéis de quantidades de seringas e agulhas, Ingrediente Farmacêutico Ativo, distribuição de vacinas, aplicação de vacinas e microdados da vacinação.

Falta de transparência das informações compromete a análise real da situação

A falta de transparência nas informações foi verificada em 22 dos 30 itens analisados, correspondendo 73% das fontes avaliadas. Além disso, verificou-se que 37% das informações estavam incompletas, como datas de vacinação e o cronograma de entrega das vacinas por fabricantes. E que 30% não estavam disponíveis, como quantidades de seringas e agulhas para os Estados.

Ademais, 7% das informações apresentavam inconsistência com relação às informações comparadas com outros sites oficiais ou com erros na base de dados. Segundo os especialistas, duas fontes de informações estavam em divergências: o OpenDataSus e o Painel do Ministério da Saúde. Apenas 27% das informações foram consideradas satisfatórias.

“Sem transparência e sem detalhamento, as pessoas não conseguem saber ou ter uma ideia de quando que elas vão ser vacinadas”, aponta Fernanda Campagnucci, diretora-executiva da Open Knowledge Brasil. Além disso, a falta de transparência compromete a análise do gestor, dificultando o planejamento de Políticas Públicas de Saúde.

Problemas no cadastro afeta o acompanhamento do número de pessoas vacinadas

Outro ponto sinalizado pelos estudos é referente aos problemas no cadastro da pessoa que foi vacinada. Há o registro de 25 mil nomes duplicados, mostrando que uma mesma pessoa recebeu de 2 a 8 doses da vacina.

Campagnucci sinaliza as possíveis explicações para o problema, como o erro no momento que é realizado o cadastro dos dados e até mesmo na integração dos sistemas estaduais ao federal. Para ela, o problema “é grave pois pode ser erro de cadastro na ponta ou até mesmo fraude”.

Para fornecer transparência aos cidadãos, é preciso integrar as informações de forma estratégica

Muitos dados da Saúde estão espalhados em sistemas que não se comunicam sendo, portanto, imprescindível unificar e integrar as informações disponíveis para a melhor análise da situação. O Programa Cidades Saudáveis da Hubse propõe exatamente isso: a integração de dados para a tomada de melhores decisões por parte do gestor.

O Programa fornece, em uma mesma plataforma, todas as informações sobre o Município, correlacionando dados e prevendo cenários. Atualmente, o Programa trabalha fortemente para o tema da Pandemia, mas é possível focar as ações para o Monitoramento da Distribuição das Vacinas e até mesmo para a Saúde Pública no todo.

Quer saber mais sobre o Programa?

Fique por dentro: Distribuição da vacina COVID-19 será tema de live promovida pela Hubse

 

Fontes: (OKBR e mais seis organizações denunciam falta de transparência sobre a vacinação); (Estudo revela falta de transparência em informações do ministério da saúde sobre vacinação).